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A adolescência pode ser assustadora. Adolescentes estão à beira da idade adulta, e encaram uma inundação de novidades: Novas experiências, novos relacionamentos, novas responsabilidades, novas decisões, uma nova etapa da vida. É esmagador, como se estivéssemos à beira de um penhasco e nos dissessem para saltar, mas não temos ideia do que está lá embaixo.
Dá medo.
Como adolescente, agora no limiar da idade adulta, estou bem familiarizada com os medos da adolescência. Toda essa instabilidade, confusão e tomada de decisões podem ser estressantes, até mesmo dolorosas. Já perdi o sono por causa de um caldeirão de medos borbulhando em minha mente, envenenando minha paz.
Três temores, especialmente, tem gritado mais alto e durado por mais tempo em minha vida: Medo do futuro, medo do fracasso e medo tanto da intimidade, quanto da solidão.
Quando era pequena, achava que meu futuro estava resolvido. Como a maioria das crianças, eu pintava uma imagem da idade adulta com belas e vivas cores, imaginando alegremente detalhes precisos da minha vida. Aos 12 anos, já havia planejado minha formação, plano de carreira, modelo de carro e o currículo de educação em casa que usaria com meus futuros filhos. Mas então, inesperadamente, Deus lançou minhas belas peças de quebra-cabeça pela janela e me guiou para um caminho diferente. Ele me mostrou diferentes oportunidades e me encheu de outros sonhos e desejos.
Embora não deseje mais estes sonhos idos, meu futuro já não parece tão doce e simples. Ele perdeu seu rubor rosado e previsível, e esfriou, com contornos mais duros. Ele é um mistério. Como adolescentes, começamos a perceber que os planos idealistas que fizemos quando crianças não são certezas. Não temos controle.
Há algum tempo, meses depois de completar 18 anos, tive um dos momentos mais instáveis da minha vida. Estava ajustada mental e espiritualmente, mas em transição em todas as outras áreas: Escola, empregos, planos e segurança. A inquietação persistiu por um tempo. Meu futuro era uma página em branco, tudo estava no ar, e me senti engolida pelo desconhecido. O medo do futuro me intimidou.
Se os adolescentes forem honestos, não é apenas a falta de familiaridade com o futuro que nos assusta, mas a ideia de falhar nele. Falhar na escola, no trabalho, nos relacionamentos, ao dirigir, ou seja, basicamente, falhar na vida. Temos medo de decepcionar aqueles a quem amamos e de bagunçar tudo de forma ridícula e irreparável.
O medo do fracasso é paralisante porque nos inibe de correr riscos e avançar, e isso é justamente o que crescer significa. Tornar-se adulto é abraçar o processo de tentativa e erro, arrependimento e graça. No entanto, como adolescentes, muitas vezes queremos rejeitar as falhas. Queremos que a vida nos seja entregue como um plano de jogo codificado por cores. Vá para tal escola, arrume tal emprego, case-se com tal pessoa e sua vida estará ganha. Queremos saber tudo, e queremos saber já.
Esta sou eu, uma perfeccionista que abomina erros. Falhar me faz transpirar horrores. A ameaça estava sempre lá, pairando sombria e persistentemente no horizonte. Isso realmente me aterrorizava.
Uma das coisas pelas quais mais temia em falhar é nos relacionamentos. Muitos de nós, adolescentes, lutam com dois medos relacionais (e aparentemente paradoxais) em seu interior: Intimidade e solidão. A intimidade conecta-se ao medo de sermos conhecidos por quem realmente somos. Como adolescentes, nos tornamos mais conscientes de nós mesmos e começamos a examinar cuidadosamente nossos próprios corações. Geralmente não ficamos muito satisfeitos com o que vemos. Neste momento da minha vida percebo que nunca estive tão consciente do quanto sou pecaminosa, fragmentada e imperfeita. No entanto, neste momento, percebo que nunca estive tão consciente em tentar encobrir minhas falhas. Tenho medo de as pessoas verem como realmente sou.
Mas também tenho medo de ficar sozinha. Isolamento e solidão são ameaças graves à minha felicidade. Quero ser amada; quero amizades íntimas; quero comunhão. Não quero ficar sozinha. Mas temo o risco dos relacionamentos.
Adolescentes lutam com medos muito dolorosos e assustadores. Então, o que podemos fazer em relação a isso? Se você é pai de adolescente ou trabalha com adolescentes ou é um adolescente e quer saber como pode ajudar adolescentes a superararem seus medos, aqui estão quatro sugestões.
Todo medo brota de confiança fora do lugar. Tendemos a confiar em nós mesmos, em nossas circunstâncias ou nos nossos sonhos, e idolatramos nossa segurança acima de nosso Salvador. Para combater o medo devemos cultivar confiança na Única Pessoa que está no controle e que nunca muda. A fé é a arma definitiva contra o medo.
Dizer aos adolescentes que a vida será fácil se seguirem a Jesus é um ledo engano. Isso nos dá falsas expectativas e apenas alimenta o nosso medo. Afinal, o que acontece quando o trabalho dos nossos sonhos desmorona ou falhamos terrivelmente? Isso abala nossa base já defeituosa. Ajude-nos a enfrentar o medo preparando-nos para circunstâncias amedrontadoras.
O medo não é um pecado exclusivo de adolescentes, nem de longe. Já pensou em compartilhar suas próprias lutas e histórias de medo com seus adolescentes? Anime-os a ver que não estão sozinhos. Então mostre-lhes como o evangelho libertou (e continua a libertar) você do medo.
O medo desaparece onde a gratidão prospera. Ensine seus adolescentes a eliminarem o medo com gratidão intencional. Se eles estão com medo de enfrentar uma nova escola, ajude-os a criar uma lista com as experiências pelas quais eles são gratos. Mostre-os o que significa colocar o foco no lugar certo.
Jesus nos disse que não temos motivos para temer (Mt 10.28). Nenhum motivo mesmo. O que quer que aconteça, Deus está no controle e Ele cuidará de nós. Ainda assim tememos, adolescentes e até mesmo os adultos mais velhos.
Tememos porque esquecemos. A cura, então, para o nosso medo é lembrar.
Lembre-se de que Deus é soberano. Lembre-se de que Deus é bom. Lembre-se de que Deus ama a Seus filhos. Lembre-se de que Deus é fiel. Lembre-se de que Deus está presente. Lembre-se de que Deus, em Cristo, é por nós. Ele está do nosso lado, não importa o que aconteça.
Por que, então, devemos temer?
Jaquelle Crowe é editora-chefe da Rebelution e escritora do leste do Canadá. Ela é autora de This Changes Everything: How the Gospel Transforms the Teen Years [Isso Muda Tudo: Como o Evangelho Transforma Nossa Adolescência] (Crossway, 2017). Pode-se segui-la no Twitter.
Written by: GospelOne
today15 de março, 2022 2741 2
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